28.1.11

A história da moça de leve melodia

Bom.... a história da morte do Zeca não está saindo. Mas tem outras coisas por aí...


Vou falar para vocês. Luana não era uma moça qualquer. Foi uma das mais impressionantes pessoas que já conheci. Bondosamente atrapalhada. Quando tínhamos contato, sim, porque já faz muitos anos que não a vejo, vi-a em diversas situações deliciosamente inusitadas.
Certa vez estava lá ela brincando com as crianças. Sabe, ela é dessas pessoas que de quando em tanto vão a um creche ou a um asilo. Dizem que é levar alegria aos outros, mas ela reconhece que aquilo enchia a ela mesma de felicidade! Se fosse para sofrer, não iria. Dor a deixa mal humorada e agressiva! Ah! Sono também!
Então, aquele dia tinha uma certa magia no ar! O clima estava agrável, ensolarado, mas de temperatura amena. Ela foi àquela creche, ou seria orfanato? Não me lembro. Levar alguns brinquedos para as crianças. Chegou, estacionou o carro e os encontrou brincando com bola no terreno baldio ao lado da casa (era um sobrado, baixo mas comprido). Já se conheciam e se adoravam!!
-- Tia! Eba! - gritaram em coro! - vem jogar com a gente!
Imediatamente ela saltou do carro e foi atender ao chamado! Como não! Em segundos já estava fazendo embaixadinhas e lançando um drible ou outro que deixava alguns dos meninos boquiabertos.
Depois de algum tempo de jogo teve uma estranha sensação. Estranha enquanto sentido, mas não enquanto familiaridade. Era um certo frio na barriga, com uma dorzinha no ombro que lhe repuxava o braço direito. Sim! Tinha esquecido de algo! Mas o que seria? Chave de casa? No bolso da calça jeans azul. Chave do caro? Na bolsa! Bolsa... Ali no canto, atrás do gol de traves imaginárias marcadas por dois tijolos. Mas o carro... Cadê o carro? Não estava mais onde tinha estacionado! Olhou em volta! Todo mundo parou o que estava fazendo para entender o que estava acontecendo! Ela mostrava-se apreensiva, que raro! Corpo agitado, olhar apressado. Enfim o viu, tinha descido alguns metros e estava parado quase na esquina. Tinha esquecido o freio de mão abaixado!
Correu até o carro. Pernas finas, mas bonitas e elegantes, mesmo ao correr atrapalhada sobre o paralelepípedo. Ao chegar nele atrapalhou-se um pouco com a chave, que caiu. Luana apoiou-se no carro para pega-la e então ele começou a descer novamente! Mas dessa vez era uma ladeira íngreme. O veículo desceu e ganhou velocidade. Ela desceu correndo atrás do carro. E atrás dela, as crianças. Então, no fim da descida, ele arrebentou a traseira em um muro, derrubando-o inclusive!
E os brinquedos? Estavam todos no porta-malas ainda! Destruídos agora... alguns pedaços de plástico estavam até pelo chão em volta do lugar da colisão. As crianças ficaram injuriadas e voltaram todas para dentro. Fim de brincadeira.Entretanto, depois de uma ou duas horas ela apareceu na creche de novo. Chorou um pouco por seu querido carro, é verdade, mas já tinha acionado o seguro e o guincho já tinha levado o carro. O que poderia ser feito já o tinha sido. Então ela entrou na creche com uma grande sacola, as crianças a cercaram cheias de esperança e expectativa, mas quando abriu o saco, tudo o que viram foram pedaços de brinquedos.
Foi então que ela sacou de uma outra bolsa tubo de cola, tinta, pincel. Enquanto cantarolava, os pequenos a seguiam, hipnotisados, e começavam a criar novos brinquedos a partir daqueles destroços ou a enfeitar objetos. Várias camas ganharam adereços coloridos, algumas maçanetas foram cobertas de cores!
Cantarolando, pulando e dançando ela se foi. Deixando para trás pequenas pessoas prontas para jantar sonhos.
Mas como disse, esse foi apenas um caso exemplificar de uma situação deliciosamente inusitada. Sempre se produz coisas novas onde se enxerga potência! Devemos avançar pois um fato "periculoso" deve ser contado! E tudo o que disse antes só serviu para saberem um pouco mais sobre a Luana!

(continua...)

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