O app do blogger não está conseguindo adicionar fotos, então, por enquanto, só textos...
- meu olho vinha ardendo desde a primeira noite aqui. Como atópico, pensei ser alérgico, mas essa noite não deu dúvidas... Conjuntivite! Em plena viagem!! Bom, morri numa grana em remédio e passei essa manhã na cama. Vou ter que tirar algum passeio da lista, provavelmente a ida a Puebla. Paciência... Poupando-me hj, amanhã já devo estar bem melhor.
- Museu Frida Kahlo: é lindo, emocionante, inspirador e decepcionante, tudo ao mesmo tempo. Se por um lado emocionei muitas vezes olhando a vida e a obra dela, por outro senti falta de mais detalhes da vida dela e, sobretudo, de mais obras... As obras dela estão espalhadas em museus dos EUA e Europa.
A casa é maravilhosa e seu jardim florido de clima ameno nos convida a ficar por lá pensando na vida e reverberando as afetações da exposição.
- para ir para lá segui as indicações de um site. Metrô + ônibus. Na verdade um micro-ônibus. O motorista ficou parado no ponto até que estivesse com o carro cheio. Enquanto isso comia algo que era uma massa fina, parecia crocante, queijo e limão em cima. Lambia os dedos. Ainda estava atordoado de passar tanto tempo na cama e com os olhos doendo, minha sociabilidade estava negativa... Logo... Não perguntei o que era. O menino no banco do lado, comia, com sua mãe, algo parecido.
Lotado, com um monte de gente de pé, partimos naquele trânsito caótico. Sérios problemas de mobilidade urbana, como qualquer grande cidade latino-americana.
Voltei caminhando para o metrô, era bem mais perto que os relatos da internet faziam parecer. Bairro de Coyoacán, bonito, agradável, colonial... Certamente ali Diego e Frida estavam bastante apartados da agitação da cidade.
- o que é uma boa viagem sem um perrenguinho? Não passei bem de ontem para hoje. Só um dia de antibiótico, dor de cabeça, no olho e no corpo (de ficar tanto tempo deitado). Cheguei a pensar em voltar pra casa (tudo que você quer quando está doente é sua cama e alguém para cuidar de você...). Aí lembrei que fazer drama é "ossos do ofício", que perderia muito dinheiro e que não teria chance de fazer uma viagem dessas nem tão cedo. Levantei e fui! Agora terei mais tempo para a Cidade do México, alguns gastos extras, como os remedios, me obrigam a cancelar passeios que me recomendaram fora da cidade, como ir a Puebla ou Oaxaca.
- Chapultepec: bom, me perdi pela floresta de novo, quase intencionalmente, para chegar no Castillo. Ainda vou pensando na Frida. A Floresta é linda. Aves, esquilos... Monumentos, fontes... O castelo foi morada de imperador, ditador e presidentes, além de observatório e escola militar, do século XVIII ao XX. Seria, talvez, um dos pontos mais altos da cidade, sobre um morro. Curiosamente, às margens da floresta, bem de frente ao castelo, dos prédios mais altos que o morro lembram que agora quem mandam são os bancos.
- decido ir ao Zócalo. Ponto central da cidade, construído sobre o centro sagrado da antiga cidade Mexica-Tenochitlán. Catedral Metropolitana imponente. Prédios de governo, em um deles ainda das obras de Diego Rivera. Lindas. Tb fui surpreendido com uma excelente exposição sobre a antiga civilização Mestiça e seus herdeiros.
- Uma mulher, em farrapos, agarra um poste na esquina. Fala apaixonadamente algo que não entendo de longe. Percebemo-nos mutuamente, não há interlocutor visível para sua conversa.
- Antes de ir ao Palácio Nacional fiquei bem umas 2 horas nas ruínas e museu do Templo Mayor, ao lado da catedral. Sempre vale a pena.
- bom, saí do Palácio Nacional achando que já tinha exagerado, exaurido. Estou no metrô, acabo de entrar no trem e eis que tudo desliga, algumas pessoas saem do vagão, os mais velhos ficam, tranquilos. Fico com eles. O trem balança um pouco, um pessoal agitado... Um homem passa gritando para as pessoas não saírem. Um senhor senta-se do meu lado. "Acontece sempre?" Ele diz que sim, mas que está tudo bem, só torcer para não ficar fora de serviço. Tento entender qual a gravidade do problema... "Tu no ha sentido temblar?" SIM!! Era um TERREMOTO!! O metrô voltou a funcionar em uns 15 minutos. No resto do caminho o senhor tentou me convencer a procurar trabalho nas novelas mexicanas (comédias, como ele dizia).
- saí do metrô. Uma multidão na rua, nas esquinas. Foi muito mais forte do que parecia lá embaixo. Se fiquei decepcionado por não sentir a terra tremer, fui saciado com as várias replicas que nos fizeram entrar e sair do hostel várias vezes. Mas foram sutis, no primeiro eu realmente achei que estava imaginando, histericando...
- e aí... Injetou adrenalina né... Mas fica pra amanhã que tô acabado...
Senti o gosto do limão na massa fina.
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