19.2.18

México 5

Havia uma certa expectativa com o dia de hoje. Visitar Chichén Itzá, um grande sítio arqueológico Maia, considerado umas das 7 maravilhas do mundo moderno.
Acordei cedo pra ir (não, não melhorei). O caminho é longo e diziam ser muito cheio de turistas, especialmente dos que vai da região de Cancún para lá. Aliás, a escolha de vir para Mérida, aqui na península de Yucatán, passou por ser mais perto de Chichén Itzá, estar perto de outras ruínas interessantes e, certamente, ser mais barata que Cancún.
Depois de uma hora e meia de viagem, cheguei às 10:00. Já estava cheio, mas piorou bastante. Vejam bem, o passeio vale a pena, não deixa de ser lindo e com várias estruturas muito bem preservadas. Só que o lugar virou praticamente um parque de diversão para gringo ver. Realmente muitos! Com um desrespeito à história e ao sangue derramado naquelas pedras (ali, as senti mortas).
Por outro lado é mais complexo que isso. No que entendi, um estadunidense comprou aquelas terras e saqueou os tesouros arqueológicos das ruínas e dos cenotes, levando-os aos EUA. Impedido de voltar ao México sob a cobrança de uma taxa altíssima, vendeu a um espanhol. Este explorava-a turisticamente e vendia os artesanatos locais para seu próprio lucro. Diante da evidente exploração e prejuízo, os artesãos ocuparam a propriedade para venderem eles mesmos os artesanatos. O proprietário exigiu que o governo os expulsasse de suas terras, quando foi fazê-lo, chegou o exército zapatista. A tensão era de que os artesãos só sairiam se o espanhol também saísse. O governo pagou uma fortuna ao proprietário e tornou público o sítio arqueológico.
Parece que isso faz apenas uns 10 anos. O tratamento museológico segue sendo incipiente e pouco informativo. Guias de todos os tipos e qualidades conduzem grupos enormes de turistas.
Centenas de vendedores expõem artesanatos de todos os tipos dentro e fora, em stands montados pelo caminho.
Pelo menos agora, parece que o local realmente pertence ao povo yucateco, que dá seus pulos pra viver a partir dele.

- voltei a Mérida e desci do lado errado do centro da cidade. Agora com cara de cidade grande, agitada, trânsito intenso, comércio vívido. A impressão de pobreza e desigualdade social segue bastante presente.

- a noite quente leva à praça principal, perto do hostel. Segue sendo um charme. Sem a feira, sem o baile, com uma música tocando no prédio da prefeitura e as famílias e amigos aproveitando o vento noturno. Do meu lado, quatro idosos trocam ideias sobre a vida.

Se a viagem fosse mais longa, ficaria aqui até recobrar minha saúde...

Nenhum comentário:

Postar um comentário