17.2.18

México 3

Ainda tô pensando na Frida e no terremoto.
Está tudo bem por aqui, não houve grandes danos, nem vítimas. Mas é maluca a sensação de repentina perda de estabilidade. Como se você tivesse tomado 4 garrafas de cerveja em um gole, ou o chão tivesse virado maria-mole...

Entrando e saindo do hostel, adrenalina injetada, rola um convite para ir assistir Lucha Libre. Dá uma googlada aí, é uma espécie de luta livre daqui, meio que coreografada. Singular!
Dá pra dizer que minha intuição não avisou? Não. Valeram os 40 minutos de caminhada, a conversa com os gringos, conhecer um pouco mais da cidade. A luta tinha sido cancelada por causa do terremoto. Paramos num bar, mas aí a agitação baixou e pedi arrego.

Tô melhorando? Às vezes parece que sim, outras parece que não...

- E se Monteczuma tivesse enfrentado Hernán Cortez? A história da América teria sido diferente? Do mundo?

- O metrô às 22:00 segue praticamente igual de cheio. Os ambulantes, que durante o dia são discretos para tentar vender nos vagões, agora ocupam livremente as plataformas oferecendo seus produtos.

- os cabelos brancos dela pendiam sobre o corpo, balançando ao sabor de outros movimentos... As costas já não sustentam a cabeça, nem os ombros, talvez aquelas pernas finas também não sustentem a coluna arqueada. O olhar também já não sustenta a realidade... Várias mulheres ao redor. Uma delas percebe que nenhuma delas está cuidando da anciã. Ela está indo para algum lugar, mas não sabe onde, não sabe como chegar, não sabe a quem contatar, não tem documentos. O olhar vazio já dizia. Apenas responde debilmente às mulheres que conjecturam que descerá com ela e tentará achar um rumo para a velha.
Se fosse em Campinas, saberia o que fazer...

- Passei a manhã descansando o olho... Diz a lógica que amanhã devo começar a melhorar...

- tarde no bosque de Chapultepec de novo. Familias mexicanas, crianças, casais de namorados. Várias barraquinhas enfileiradas vendem bugigangas, salgadinhos de cor estranha, doces de amendoim, tatuagens temporárias (todas com um tanto de gente ao redor), fazem maquiagens nas crianças...

- Museu de Arte Moderna: dentro do bosque também. Obras mexicanas e internacionais. Exposição do performer Guillermo Gómez-Peña (Mexican (IN)documentado) - gostei muito! Para quem tem essa vibe, vale procurar o material dele, seus videos.

- A entrada dos leões sai exatamente naqueles prédios maiores que o morro e o castelo. Paseo de la Reforma. Uma avenida larga, cercada por altos e moderníssimos edifícios espelhados. Com bancos, empresas de capital, financeiras, Apple, etc etc. Por fim, um gigantesco monumento, com uma estátua dourada tão alta que mal se pode ve-la em detalhes, em um balão no meio da avenida El Ángel de la Vitoria. Brindando a vitória do capitalismo. É a avenida Paulista do México.

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